O ministro Gilberto Carvalho afirmou na última quarta-feira, 3 de julho, que a presidente Dilma Rousseff receberá lideranças evangélicas para uma reunião na próxima semana, a fim de debater “o momento nacional”.
A reunião para discutir os protestos sociais que estão acontecendo por todo o Brasil foi anunciada após parte dos líderes cristãos terem criticado a presidente por receber ativistas gays no Palácio do Planalto para ouvir suas exigências.
A psicóloga cristã Marisa Lobo publicou em sua coluna neste portal uma carta aberta à presidente, pedindo que as lideranças evangélicas fossem ouvidas pelo governo no momento em que o país clama por mudanças.
A própria Marisa, além dos pastores Silas Malafaia, Márcio Valadão, Ezequiel Teixeira e o apóstolo Renê Terra Nova são nomes já confirmados para a reunião.
Gilberto Carvalho afirmou que a postura da presidente é atender a todos os setores da sociedade: “Seria um ciclo novo que estamos abrindo, além dos que já fizeram, sempre nessa perspectiva da importância de ouvir a sociedade, as demandas, aquilo que as ruas manifestaram. É um momento da presidenta ouvir diretamente questões, sugestões, análises do movimento sobre o momento nacional e, claro, apresentar as suas demandas, que, na medida do possível, serão tratadas depois pelo governo”, disse, segundo informações da Folha de S. Paulo.
O convite foi bem recebido dentro do meio evangélico. O pastor Vanderlei Miranda afirmou ao site da Igreja Batista da Lagoinha (IBL) que essa é uma oportunidade para os representantes evangélicos apresentarem de maneira explicita a postura da Igreja sobre as questões sociais.
Segundo Miranda, no entanto, é necessário cautela: “Esse encontro vem em boa hora, mas não pode ser em concorrência à atenção dada a outros grupos sociais e sim em respeito ao 1/4 da sociedade que professa ser cristã, e colabora com os cofres públicos quando ajuda viciados em bebidas a não darem gastos com a saúde; drogados a não serem presos ou reclusos em clínicas de reabilitação. Enfim, o governo deve ouvir os anseios dos evangélicos, garantir e reconhecer direitos que a Igreja tem e ajudá-la não com dinheiro, mas retirando percalços que existem diante das ações sociais cristãs, como a dificuldade de capelães em entrar nos hospitais e a proibição de uso dos espaços públicos para eventos”, ponderou.
Já o pastor Charles Campos, diretor de Comunicação da IBL, afirmou que essa oportunidade deve ser usada para unir a Igreja em favor do país: “Uma oportunidade para a Igreja se apresentar e mostrar a consciência cristã que também se importa com a vida política do país. Pois não é porque somos crentes que vamos pensar somente nas coisas do Céu, precisamos ser tolerantes e saber dialogar sobre o que acontece em nossa sociedade. Até mesmo para a presidente Dilma saber que oramos por ela e nos importamos com o nosso Brasil. Que este seja o momento da Igreja estar unida em busca do agir de Deus nesta transformação, que é fruto de uma busca de jejum e oração há muitos anos”.
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