segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Ativistas muçulmanos incendiaram dois prédios da Sociedade Bíblica do Egito, além de igrejas e escolas cristãs

O clima de guerra civil no Egito após a destituição do primeiro presidente eleito do país, Mohamed Morsi e a tomada de poder das Forças Armadas vem ganhando contornos de perseguição religiosa.
Dois prédios da Sociedade Bíblica do Egito, nas cidades de Assiut e Minya, foram completamente queimados por ativistas islâmicos. Os locais abrigavam livrarias da Sociedade Bíblica, que está presente no país há mais de um século.
Ramez Atallah, secretário-geral da entidade no país, afirmou em nota que nenhum funcionário ficou ferido pois as livrarias não abriram no dia por medo de ataques dos radicais: “Os assaltantes derrubaram as portas de metal que protegem as livrarias, quebraram as vitrines e atearam fogo. Fizeram o mesmo em muitas outras lojas na rua, assim como destruíram muitos carros que estavam nos estacionados”, disse.
No documento divulgado pela Sociedade Bíblica do Egito, os integrantes da entidade pedem oração pelo país, e fala abertamente sobre a Irmandade Muçulmana, principal entidade religiosa por trás das manifestações que pedem a restituição de Morsi à presidência. O texto pede que os fiéis islâmicos mudem sua postura em relação aos cristãos.
“A Sociedade Bíblia do Egito esta em operação durante 129 anos no país e esta é a primeira vez que fomos vitimas deste tipo de ataques. Damos graças a Deus por sua proteção, e louvamos porque nenhuns de nossos funcionários ficaram feridos e estão determinados, assim que as coisas acalmarem, rapidamente restauraram as duas livrarias para continuar proporcionado a Palavra de Deus nessas duas cidades estratégicas”, disse Atallah.
Perseguição
O presidente deposto Mohamed Morsi foi eleito democraticamente após a chamada Primavera Árabe, e aprovou uma nova Constituição no Egito, que restringia as liberdades civis de minorias religiosas, como os cristãos.
Após sua deposição, apoiada por grande parte da população, as lideranças muçulmanas iniciaram uma onda de manifestações pelo país, incluindo a capital, Cairo.
Os protestos não se restringem aos militares, e muitas igrejas cristãs tem sido queimadas. Nos últimos dias, aproximadamente 40 foram saqueadas e destruídas por incêndios.
Escolas cristãs também tem se tornado alvo, de acordo com o Huffington Post. Em um dos casos, após incendiarem uma escola franciscana, três muçulmanos tomaram as freiras como “prisioneiras de guerra”, e as forçaram a acompanhá-los nas ruas, como se fossem troféus de uma guerra, até que uma mulher muçulmana interviu e as deu abrigo.
Outras duas mulheres que trabalhavam na escola foram abusadas sexualmente pelos ativistas no meio da multidão, nas ruas de Cairo.
A maioria dos cristãos no país são coptas, que tem sido atacados também em seus empreendimentos pessoais. A imprensa internacional revelou que casas e empresas de cristãos também tem sido atacadas, como forma de intimidação.

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