O vídeo mostra o líder muçulmano segurando um Alcorão e uma Bíblia e dizendo:
“Esse é o livro de verdade e de paz. O lugar para estas palavras e este livro é sobre as cabeças, porque é a verdadeira inspiração… (coloca o Alcorão em sua cabeça) Esta é uma mensagem para os cristãos egípcios. Por respeito e cortesia para com os cristãos egípcios, não vamos fazer o mesmo que fizeram com nosso livro Sagrado, vamos ser generosos com você hoje e dizer que vamos respeitá-lo “momentaneamente”. Vamos respeitar este livro que está na língua árabe. Mas hoje eu só posso destruí-lo”.
Ele então começa a rasgar a Bíblia e joga os pedaços das folhas sobre a multidão, em meio a gritos de “Deus é grande” e “ó judeus, o exército de Maomé está vindo.”
O Dr. Mustafa Maraghy, professor de direito Islâmico na Universidade do Cairo, apresentou à Procuradoria Geral uma queixa contra o clérigo. A queixa citou o verdadeiro nome do clérigo, que é Ahmed Abdullah e afirma que ele é o dono do canal de TV Nação Islâmica. O pedido do professor é punição por desacato da religião, perturbação da segurança e a paz pública.
Dr. Maraghy, que é o presidente da Coalizão dos Cristãos Coptas, disse que rasgar e queimar um exemplar da Bíblia, sagrada para os cristãos do mundo todo, é um “ato vil e bárbaro”. Ele acrescentou que não é permitido difamar religiões no Egito. “Os mesmos sentimentos feridos que temos por causa do filme que insultou o profeta sentimos muito por este ato criminoso”, afirmou.
Prometeu ainda que a Coalizão Copta não irá ignorar tais atitudes ignorantes, mas vai processar as pessoas responsáveis por elas. A União da Juventude Copta apelou para que o presidente do Egito Moahamed Morsi intervenha imediatamente para pôr fim a quaisquer esforços para aumentar ainda mais a divisão e a violência entre muçulmanos e coptas.
A Coalizão, que tem entre seus membros muçulmanos e coptas, emitiu um comunicado oficial condenando o filme A inocência dos Muçulmanos, considerado ofensivo ao Islã. Magdy Saber, porta-voz da União da Juventude condenou o ato de Abu Islam. Ele exigiu que as autoridades tomem as medidas necessárias para evitar uma guerra santa entre os egípcios. “Se nós condenamos os cineastas que fizeram esse filme sobre o profeta e que não moram no Egito”, disse ele, ” também devemos condenar este ato vergonhoso aqui no Egito, ressaltando a necessidade de punir Abu Islam por suas ações irresponsáveis.”
Em entrevista ao jornal Mohit, Abu Islam negou ter queimado a Bíblia, dizendo: “Eu rasguei-a e atirei-a para os manifestantes pisarem nela com seus sapatos.” Ele acrescentou: “Da próxima vez eu vou fazer o meu neto urinar sobre ela, como diz o ditado, olho por olho e dente por dente e a culpa é de quem começou tudo”.
Ao ser lembrado de que os produtores do filme não representam todos os coptas e nem o povo americano e, portanto, seu livro sagrado não deveria ser insultado como resposta, Abu Islam foi enfático. Ele respondeu: “se alguém fez algo ruim, todo mundo leva a culpa. Será que todos os muçulmanos são responsáveis pela dor que Osama bin Laden causou?”.
Assista:
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